
Lula contou hoje, no café com jornalistas, que militares queriam que ele decretasse a GLO (Garantia de Lei e Ordem) e, assim, as forças armadas assumiriam a responsabilidade pela segurança pública da capital . O presidente disse que, se fizesse isso, estaria entregando o governo dele para os militares. Segundo se conta, um que defendeu a GLO foi José Múcio (não sei se é verdade). Agora vem a parte cinematográfica da coisa. Senta que lá vem textão!
Lula estava em Araraquara. Dino, em Brasília. A horda ataca. O ministro conta que, diante do caos, houve a decisão de decretar a intervenção em Brasília. Ele redigiu o documento da intervenção numa sala (parece de hotel). Tudo improvisado. Mandou por WhatsApp para Lula. O presidente perguntou como assinava. Dino disse para ele fazer o decreto (devem ter feito a impressão na prefeitura, ainda bem que era de um aliado, Edinho do PT) e mandar a foto porque, na situação de emergência em que se encontravam, isso tornava o documento válido. Lula, ah! Mas não tem número do decreto. Dino: Presidente, assina esse documento! HahaLula fez isso, assinou o decreto redigido por Flávio Dino, enviou por WhatsApp e foi determinada a intervenção em Brasília. Lula leu o documento em rede nacional (dava para ver que foi tudo rápido mesmo). Dino nomeou o interventor Roberto Cappelli, que é jornalista, gente. Dino disse para ele: Desça e assuma o comando. Mas eu tenho filhos. Desça e comande. Ele foi no peito e na raça para a avenida comandar as forças de segurança e conter a turba. Assumiu na unha a segurança de Brasília. CENA DE FILME! FLÁVIO DINO e RICARDO CAPPELLI, HERÓIS! NUNCA CRITIQUEI!
Segundo o ministro, a rápida decisão de decretar a intervenção federal em Brasília e o governo assumir a segurança do local foram fundamentais para evitar o sucesso do golpe. O ataque seria o estopim para os militares colocarem tanques nas ruas, contar com apoio popular e o resto seria história. Ele defende, no entanto, que faticamente houve o golpe no país, porque os meliantes ocuparam os três poderes. Mas não houve o golpe jurídico (a tomada de poder pelos mentores do golpe) devido a alguns fatores. Não houve vácuo de poder. Dino estava em Brasília no dia e tomou as providências para intervir na capital, sem colocar as forças armadas no comando. Lula também estava no país, apesar de em Araraquara. E isso possibilitou que não fosse decretada vacância do poder. (No golpe de 64, João Goulart estava se deslocando, e os militares aproveitaram para decretar o vácuo de poder por meio de um deputado no Congresso).
Para Flávio Dino, outro fator que impediu a completude do golpe foi que os mentores do ato terrorista nos prédios dos três poderes não imaginavam o ódio visceral da turba, principalmente ao STF. Pelo que ele contou, imagino que a ideia era a horda invadir o prédio de modo organizado, não sair de lá, as forças policiais darem apoio (como vimos em algumas cenas). Lula seria obrigado a decretar GLO, o exército assumiria a capital e determinaria intervenção em outros estados. Os apoiadores do genocida sairiam às ruas em apoio à intervenção militar (o que os bozofascistas reivindicavam e diziam que ia ocorrer). Estaria aberto o caminho para a tutela militar e/ou a destituição do governo Lula.
Voltando a Flávio Dino, ele disse que o papel do STF foi fundamental também. Enquanto ele agia com Lula e Cappelli, Rosa Weber ligava para o governador de Brasília cobrando providências, a vice-governadora foi para a sala onde Dino estava. Por WhatsApp, Ibaneis demitiu o secretário de segurança, Anderson torres, um dos artífices do golpe. E Alexandre, o grande, já preparava a caneta para decretar a prisão do ex-secretário e afastar o governador. TIA ROSA WEBER, HEROÍNA!
Agora a cena de Lula descendo a rampa e caminhando com os ministros do STF, os governadores e outras autoridades para a sede da Corte, dias após o ato terrorista, ganha novas dimensões históricas e simbólicas. Que enredo, amigos, que enredo! IRONIA DO DESTINO: O WhatsApp SALVOU O BRASIL DO GOLPE. O meio que o bozofascismo usa para engendrar seu golpismo foi o responsável pela comunicação entre as autoridades democráticas, para o trâmite dos documentos que barraram o golpe.
QUEREMOS ESSE ÉPICO NO CINEMA DJÁ!